quinta-feira, 15 de maio de 2008

...mãe...


Na distância percorrida, o calor do útero distante da tempestade,
ligado por finos cordões que saem do peito ao peito, efêmera ligação,
resistente ao vento que sopra e ao fogo que queima
Eterna osmose cor-de-rosa, e a vontade do choro,
acalentado pelo leite que sustenta, e as vozes do tempo curto,
onde a infância se funde com o agora e me vejo nú de novo,
e nada foi e nem será, quando a boca que sente o peito fere a alma,
mantem-se aberta e calada, tentando dizer o que não se pronuncia
mas se expressa pelos olhos, mãe e filho,
na epopéia, de mares e ventos, desertos vermelhos e cavalos velozes,
dentre as vozes que aliciam e as músicas que encantam,
rodopio ativamente e tudo vejo ao mesmo tempo,
pertenço à tudo e à nada.
e quando me perco , peito aberto sem proteção,
rastejo instintivamente, bicho filhote, e me acalento com seu cheiro complacente,
cheiro de mãe, o sorriso de minha infância e minha vida,
e me aconchego em seu colo, olhando pra cima e esperando o toque suave de um beijo doce de boa noite.

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