domingo, 1 de setembro de 2013

Pernas
Finas e de veias saltadas
De fibras, torneadas pelo uso
Enrijecidas
Olho as pernas
De trás
E o que vejo é força e delicadeza
Partes fortes e finas
Moldadas pelo tempo
Sulcos formados por músculos
E carne e sangue
O que sustenta
Força suportadora
Que nos carrega pelo tempo
Vejo as pernas
E me emociono

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mas são muitas janelas!
Mas são muitas histórias
que me recuso a concebê-las
Tenho medo de explodir ou derreter
A cantora no seu mais agudo tem o seu orgasmo
mas não derrete
eu, tenho medo de derreter
Sou muito frágil
Não vou criá-las
Há de se ser um pouco egoísta
se se quer poder olhar e aproveitar o que está para ser
mas ainda não é
Porque se for normalmente se perde a graça
Vou me manter á distância ou talvez cantar
encostado na melodia já pronta
porque também quero um orgasmo
É isto!

domingo, 12 de junho de 2011

Observação

Não olhar perto demais
á não ser para ver distorcido
cobrir o teu banho
com a toalha que enxuga
e que vejam somente tuas pernas
nunca teus olhos
e nem tua pele
basta o movimento
que ilustra tua vontade
e que se escreva depois
sobre a visão deturpada
e necessária
afim de se manter um certo encanto.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Levado em alta velocidade
me olhava no reflexo da janela de vidro
via meus olhos vermelhos cheios d’água
bombada pelo coração que explodia
não podia reclamar
não faltava a brisa fresca
que invadia pelo pouco da janela aberta
e de alguma maneira refrescava
era o movimento rápido
de tudo que estava fora
que definia meu rosto no espelho de vidro

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um torpor me abateu
enquanto ainda na curva mais alta
do meu movimento frenético
eu acenava todo confiante
Um pouco insosso
vou me arrastando
e não sei bem pra onde
contemplo um passo após o outro
em vez de tropicar como normalmente faço
Me espreguiço mais
Me apoio mais
É uma preguiça
que eu não sei de onde vem
Me sinto muito velho
Percebo como um velho
e me irrita
que da minha boca só saiam palavras
com entonação e falta de jeito
de criança!
Não consigo me expressar
e minhas palavras soam ridículas
Melhor escrever então
do que dar minha cara á tapa
e aguentar zombarias
assim á frio
Pelo menos aqui
Pareço um pouco mais organizado
Quem sabe alguém um dia me leva á sério

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

o que fazer
quando por todos os lados
algo te espreita
um escuro
á espera
uma mordida forte
o suficiente pra nao sarar
me arrancar um pedaço ou
talvez tudo
quando nao ha’ mais como voltar
porque lá tambem há algo que espreita
atrás
e não que esteja escuro
há clareza o suficiente pra se indentificar
o tamanho da mandíbula
e calcular o tamanho do estrago
eu escuto suas vozes suaves
por trás de um mar de ameaças
mas parecem no momento
inatingíveis...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Antes
não achava que poderia
que as duas coisas
sentiria
mas algo mudou
a força pontiaguda de antes continua
contínua
abrandada por algo novo
calma que explode
fogo novo
que não queima mas arde
apesar de minhas entranhas aconchegadas
tentarem furar de dentro pra fora
e mostrarem suas pontas geladas,
é a força da repetição
sendo traída por ela mesma
que antes me puxava pra cima
e empurrava pra baixo
que agora
sendo reconhecida por ela mesma
já não me deixa cair
e se caio
é em águas mornas
onde me deixo boiar...