quarta-feira, 7 de maio de 2008


...dentro da area escura, sem lados nem fins, eterna pra todos os lados, destaca-se o bolo cor-de-rosa, enfeitado com arranjos brancos feitos de açúcar e pequenos cristais, pequenas rosas de marzipan e bonecos de todas as cores espetados na massa coberta de neve, estado de eterna harmonia, sustentado pela sutil relação entre os dois. estáticas, todas as bocas riem e todas as mãos acenam, os olhos estatelados e opacos, limitados ao contorno mais externo do bolo, sem enxergar o escuro, porem evitando-se o menor movimento, pressentindo sua presença, observando de rabo de olho, evitando-se assim que se quebre algo que nao se conhece, que sustenta o bolo no centro de tudo, evitando que seja sugado, despedaçado ou simplesmente deixe de existir. acendem-se as velas. um a um, todos os componentes da cena vao sendo iluminados pela luz amarela, acolhedora, agora o centro das atencoes, o que torna tudo mais atraente. a luz irradia e tenta penetrar o escuro mas dilue-se, no entanto possibilita vislumbrar algo maior que esta la', em movimento, junto`a penumbra. existe algo la' fora! paira no ar antes estatico algo maior, uma nova possibilidade, certa agitacao, e as cores se misturam, os cristais brilham mais. a luz das velas agora reflete nos olhares e algo parece ter mudado em seus rostos, pode-se ate' arriscar ter algo vivo ali, bonecos que agora podem ver alem da borda do bolo, mesmo que seja somente por um instante, ate que se sinta o vento que vem do escuro, morno, derradeiro, e que pouco a pouco as velas se apaguem, e a luz incandecente va' se extinguindo, em pavio vermelho, delineando os vultos que outrora se iluminaram...

Um comentário:

Lembamuxi disse...

http://www.bestiario.com.br/12_arquivos/Catarina.html