domingo, 11 de janeiro de 2009

Faço parte de uma casta mutante,
fluo,
pelas possibilidades apresentadas,
em lamas densas e refrescantes,
com cheiros de mato e pedra,
ora nado,
ora adormeço,
levado pelas correntes mais fortes,
efêmeras,
que somadas com minhas forças,
contrárias,
formam meus dias,
me moldando em argila,
que faço questão de desmanchar,
experimentar,
novos fluídos,
meios,
de me refazer diferente,
procurar além,
me desfazer das formas,
tê-las todas,
contradizer o óbvio,
daqueles,
que muitas vezes não podem ousar,
castas rígidas,
músculos,
de um organismo vivo,
ossos,
de uma estrutura firme,
permitindo que o sangue corra,
mutante,
nutrindo todo este corpo,
renovando cada célula participante,
desigualdade,
necessária,
em harmonia,
inevitável.

4 comentários:

The Poet disse...

E não queremos todos ser mutantes? Diluir, expandir, sumir daqui...

motta, roberto. disse...

E se a correntes quiserem te levar, que seja para levar os maus fluidos e deixar todas as formas de retificação humana.


beijo

André Ferreira disse...

Mutação é evolução...por mais difícil que possa ser, sempre terminamos melhor!

Beijo...

alex hoera disse...

adorei, profundo, intenso...