quarta-feira, 4 de março de 2009

Algo,
como passar a amar a faca enfiada no peito,
já parte do corpo e que estanca o sangue
sem poder ser tirada,
algo,
que faz parte de mim,
alguém,
que traz o que assemelha-se á dor,
ou ardor,
do que então tornou-se minha vida,
ainda que seja a tensão,
da água em turbilhão,
minha sensação,
da fina pele que segura o suco e a semente,
vidro que contém água e lhe dá a forma
por mais que o redemoinho seja mais atraente,
coisas,
sem as quais não posso viver,
pequenos vícios,
da minha rotina sem graça,
meu pequeno grande amor inconstante,
que agora pensando,
não é mais a faca,
mas sim o sangue.

2 comentários:

The Poet disse...

Lindo texto! Me lembra um poema de João Cabral! :)

Rodrigo Vieira disse...

Nossa, que elogio!!!!! =)