segunda-feira, 25 de maio de 2009

sutil, me rasga o peito
o que é leve é o que calmamente me abusa
o silêncio com um dedo pontudo entre as falas
o sorriso afiado corta meu rosto
o que é opressor é quieto
com seus largos quadris me joga pra fora
não consigo diálogo pois minha mandíbula trava, tensa
fico surpreso com minha insensatez
em não perceber que uma massa escura estagnada e ritmada
passa e me envolve
sim ela envolve
pegajosa
e é com olhos doces
e sua constante melodia
que vai me amarrando
sufocando
estancando meu sangue que ela não quer que corra
já me encontro marcado
se ela me deixa
já não sei o que fazer com o ar que entra
basta olhar meus pulsos
com a pele marcada
pra provar que ela existe
basta que se puxe um fio do tecido finamente trançado

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