segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Saiu com a mochila nas costas e sacolas nas mãos, de plástico, de algum mercadinho perto de casa, levando o resto das quinquilharias restantes de dentro do apartamento, que apesar de meu, não reconhecia mais, agora com paredes nuas e brancas, ainda com as marcas dos quadros que ficaram por quase quatro anos e agora só deixaram contornos . Pintados por ele, aliás. Eu realmente não entendi o sorriso. Olhando pra porta achei que viraria do avesso.
Lá embaixo do prédio, o amigo maconheiro esperando, porta-malas aberto e várias partes do então lar-doce-lar, amontoadas umas por cima das outras.
Posso dizer que a partir daí que tudo de novo começou. Vida nova.
Na verdade eu superestimei o momento da partida, que nada mais foi que um mísero instante de enjôo e choro compulsivo que não durou mais do que alguns instantes. Mesmo. O resto posso dizer que foi pura sugestão da minha parte escutando as músicas que não devia, na hora em que não devia. Dramalhão mexicano. Dai notei que este era a ponta de um grande rabo de camundongo que começava lá atrás. Onde um rabo começa ninguém gosta muito de explorar...
Cada pessoa sabe o peso do seu próprio dramalhao mexicano, então posso afirmar que o meu foi bem pesado, sendo ele real ou não. Várias noites em claro, chorando, olhando pras paredes sem quadros, sentindo o cheiro que parecia impregnado. Realmente somos bichos, cheirando os rabos uns dos outros e nos guiando cegos conforme o rebola rebola do outro.
Dizem que nás homens somos caçadores. Acredito totalmente na afirmacao. E’ nossa condição primária. Fatalmente vai aparecer outro macho alpha lá’ na frente e você vai levar um pé na bunda. Talvez ele tenha um cheiro mais forte...
=)

Um comentário:

diego disse...
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